sábado, 27 de setembro de 2014

Retorno do rock progressivo

Com uma apresentação marcada por instrumentação complexas, além de elementos teatrais, a banda inglesa Genesis foi um marco na história do rock progressivo, entre as décadas de 1970 e 1990. Durante a carreira, o grupo vendeu cerca de 150 milhões de álbuns. Mesmo tendo acabado em 2008, o conjunto ainda influencia o som de bandas pelo mundo. 

E a Genetics é um dos exemplos. Formado em 2011, o grupo argentino é especializado em covers da Genesis. Durante os shows, como o apresentado ontem no Rio de Janeiro, a banda reproduz também os cenários e as performances da renomada banda inglesa.



Antes de ser um conjunto de cover, os integrantes da Genetics formavam o grupo autoral Rael. Produtor do show, Claudio Fonzi destaca que, mesmo nesta época, a banda já era influenciada pelo som da Genetics. "Era um ótimo grupo, com excelentes músicas. A influência da Genetics aparece até no nome: Rael é o mesmo nome do principal personagem da estória que é contada no álbum "The Lamb Lies Down on Broadway", da Genesis", explica.

Duas fases da Genesis
O show do grupo argentino, que foi promovido ontem, trouxe um repertório do disco "Selling England By The Pound", de 1973, da Genesis. Mas o público também pode curtir canções de outros álbuns de sucesso dos ingleses, como "Trespass", "Nursery Crime" e "Foxtrot".

Considerado um dos principais da banda, o disco de 1973 era da primeira fase da Genetics. Neste período, os integrantes acrescentavam aos shows elementos teatrais, além da tradicional estrutura musical complexa. Já a partir da década de 1980, o repertório sofreu influências do pop, o que tornou as músicas mais acessíveis pelo grande público. 

Integrantes e as críticas da mídia

Nos 40 anos de estrada, a banda reuniu 13 integrantes. Entre os principais Peter Gabriel, um dos homenageados da atual turnê da Genetics. Um dos fundadores da Genesis, o vocalista trouxe as características de uma apresentação teatral e extravagante ao grupo inglês. Durante os shows, Peter era conhecido por trocar de roupa a todo momento, além de incluir as famosas introduções antes de cada música.

Em 1975, o vocalista saiu para um projeto solo, e Phil Collins entrou no lugar. Assim que chegou, Collins mostrou aos antigos integrantes que a banda continuaria fazendo sucesso mesmo sem Peter. Mas Collins foi criticado ao manter, em paralelo, uma carreira solo como ator da série "Miami Vice" e por ser baterista em digressões de Robert Plant e Eric Clapton. Antes de abandonar o grupo em 1996, ele também recebeu críticas em relação à inclusão de elementos pop nas canções da Genesis. Collins é acusado de ter transformado o rock progressivo inglês em uma música comercial.

Rock progressivo

Criado na década de 1960, na Inglaterra, o rock progressivo é marcado por influências do jazz fusion e pela música clássica. Além disso, esse estilo musical é caracterizado por composições longas, podendo chegar ao tempo de um álbum inteiro, com as canções épicas. O rock progressivo também é conhecido por reunir letras com temas variados, de guerra ao amor, de loucura e ficção. Entre as bandas mais conhecidas desse gênero, estão Genesis, Pink Floyd, Yes, Focus e Dream Theater.

Apesar de ser representado por bandas renomadas, o rock progressivo, segundo o produtor Claudio Fonzi, ainda precisa ser mais disseminado pelo Brasil. "É um estilo belíssimo, criativo, ousado e inovador. Centenas de seus discos são verdadeiras obras de arte. Não é por nada que na Europa, Japão e Estados Unidos muitos críticos consideram como a música clássica do futuro. Ao contrário da música erudita normal, o progressivo ainda pode ser muito popular, independentemente de idade, sexo, classe e religião", ressalta o produtor.

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